Para promotor, ocupação inadequada pode até gerar um apagão na cidade. Celg informou que só ira se manifestar quando for notificada oficialmente.
O Ministério Público Estadual entrou com uma ação na Justiça pedindo a desapropriação de casas e a retirada de famílias que moram próximas às redes de transmissão de energia elétrica da Celg. A medida é para evitar acidentes com a rede de alta tensão.
“O risco dessas pessoas é o risco à vida. Essa linha de transmissão oferece perigo concreto a todas essas famílias. Além disso, a cidade de um modo geral corre o risco de ter um apagão por conta da colocação dessas pessoas em local inadequado. O poder público falhou porque deixou este assentamento se consolidar”, explica o promotor Maurício Nardini.
No Jardim Novo Mundo, na região leste de Goiânia, várias casas e empresas foram construídas ao lado ou até embaixo de uma linha de transmissão de energia. Os imóveis são irregulares, não têm escritura porque os terrenos foram invadidos ha vários anos. “Eu invadi aqui há 18 anos. Eu sabia que tinha a rede, mas mesmo assim arrisquei”, conta o vendedor Marcelo Gonçalves de Oliveira.
Uma casa no Jardim Bela Vista, na região sul de Goiânia, por exemplo, foi construída ao lado de uma torre de transmissão de alta tensão. O morador ate improvisou um varal de roupas em baixo da rede. A distância mínima deveria ser de 15 ou até 35 metros, dependendo da voltagem da rede, o que não foi atendido. Nesta linha de transmissão passam 13 mil volts.
“Ela [a rede] faz barulho demais, principalmente quando está chovendo. Eu tenho muito medo dela cair”, afirma a aposentada Alice Maria.
Alem do Jardim Novo Mundo e Bela Vista, a ação pede a desocupação de casa no conjunto Água Branca. Os moradores dizem que não têm para onde ir. “Eu estou com 69 anos e meu recurso está todo aqui. Tudo que eu ganho está aqui neste barraco. Se eu sair, eu não sei para onde ir”, ressalta Valdemi Alves.
Em nota, a Celg informou que, por enquanto, não irá se posicionar a respeito do caso. Isso só irá ocorrer, justifica, após a companhia ser notificada oficialmente. O documento ainda ressalta que a própria Celg já entrou com ações pedindo a reintegração de posse dessas áreas, mas que irá aguardar a posição da Justiça.
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