Grupo estuda produzir vídeos para os Estados Unidos.
'A gente abriu uma empresa que a gente quer para sempre', diz Porchat,
Quinto canal de humor do YouTube mais visto do mundo, o Porta dos Fundos está diversificando os negócios com licenciamentos e vídeos comerciais e estuda produzir para os EUA. O grupo, no entanto, vê potencial no canal para elevar a participação na receita, à medida que as empresas elevam seus investimentos em comerciais para a internet.
O canal, em que são publicados dois vídeos por semana, tem cerca de 500 milhões de visualizações e por volta de 5,5 milhões de inscritos. A receita vem dos anúncios colocados pelo próprio YouTube, do qual o grupo ganha uma parte da receita. “Não tem mais objetivo porque já atingiu tudo”, disse Ian SBF, um dos sócios do coletivo, em palestra na sexta-feira (13) para mais de 700 pessoas na Expo Money, evento de educação financeira que acontece até este sábado (14), no Expo Transamérica, na capital paulista.
“É um ano e um mês de empresa, aí as pessoas falam: 'Vocês podem vender'. A gente abriu uma empresa que a gente quer para sempre. Eu quero ser ator para sempre, o Ian quer ser diretor para sempre”, afirmou Fabio Porchat, o sócio-fundador mais famoso do Porta dos Fundos.
São mais de 2 milhões de visualizações por dia. “Na Lata”, o vídeo mais acessado do canal, tem 11 milhões de visualizações.
O grupo deixa claro que "nunca irá sair do YouTube", mas faz agora planos mais ambiciosos. Depois de serem notícia no “New York Times” e na “Forbes”, eles veem que há potencial para produzir nos Estados Unidos.
Fontes de receita
Segundo Ian SBP, a receita está dividida quase igualmente entre o canal do YouTube, os comerciais para empresas e o licenciamento de produtos, mas a tendência é o canal do Porta dos Fundos tomar a dianteira.
Segundo Ian SBP, a receita está dividida quase igualmente entre o canal do YouTube, os comerciais para empresas e o licenciamento de produtos, mas a tendência é o canal do Porta dos Fundos tomar a dianteira.
“Acredito no potencial do YouTube. Acho que o mercado começa a entender, está se adaptando a essa forma de anunciar. Quanto mais tempo, mais se aprende a fazer, há mais investimento, se entende como vale a pena. O custo-benefício é bem maior que na TV", avaliou.
Criado em agosto do ano passado, o coletivo começou com menos de 15 funcionários e hoje mais que dobrou, para 38. Nessa expansão, foram criados setores comercial e financeiro e o grupo ganhou até dois figurinistas.
Sobre faturamento, o grupo não fala nem em termos comparativos. “A gente nem sabe como está o faturamento, nem fechamos balanço. Estamos vendo apenas mês a mês. Se a gente compara o crescimento, hoje é absurdo, muda muito, antes nem tinha livro, camiseta...”, diz Ian.
Diversificação
Além dos vídeos do próprio canal, o grupo faz comerciais em canais de empresas, um nicho que começou com o “boom do Spoleto”, como lembra SBF. A rede foi citada indiretamente em um vídeo que mostrava um atendente agressivo em uma rede de fast food.
Além dos vídeos do próprio canal, o grupo faz comerciais em canais de empresas, um nicho que começou com o “boom do Spoleto”, como lembra SBF. A rede foi citada indiretamente em um vídeo que mostrava um atendente agressivo em uma rede de fast food.
Antes reticente a ceder as instalações para a gravação, depois de ver o vídeo, o Spoleto pediu que o nome da rede fosse usado no título (antes era Fast Food) e encomendou mais dois vídeos na sequência. “Eles não nos processaram, resolveram se aliar”, diz Fabio Porchat. O vídeo tem hoje mais de 7 milhões de visualizações.
“O Spoleto foi o estopim de tudo. Muita gente vem e quer fazer algo parecido, eles gostam do case. Foi a primeira vez em que vi uma empresa brincar com sua falha e converteu 100%”, diz Ian. Desde então, o Porta dos Fundos fez vídeos para Dorflex, Fiat, Visa, Vivo, LG, Itaipava e BIS.
Estratégias de marketing
Muitas das estratégias de marketing do grupo começam quase como uma amostra grátis. “Mesmo os merchandisings nos vídeos, a gente brinca com o mercado e mostra que é possível fazer algo. Acho que o que a gente mais faz é merchandising gratuito. A gente não faz com esse intuito os vídeos, mas acaba que depois eles vêm falar com a gente”, diz Ian.
Muitas das estratégias de marketing do grupo começam quase como uma amostra grátis. “Mesmo os merchandisings nos vídeos, a gente brinca com o mercado e mostra que é possível fazer algo. Acho que o que a gente mais faz é merchandising gratuito. A gente não faz com esse intuito os vídeos, mas acaba que depois eles vêm falar com a gente”, diz Ian.
Um dos exemplos é o vídeo Danette, em que Porchat come e repete desenfreadamente o nome do produto numa caçada policial, o que faz o marketing parecer explítico. O grupo jura, no entanto, que a marca não pagou nada nem tentou fechar negócios. “É de graça, mas é o que a gente acha engraçado”, diz Porchat.
Apesar de dizerem ser difícil medir o resultado dos vídeos - até porque a maior parte é institucional –, um comercial do grupo contribuiu para a venda de cerca de 30 mil celulares para a LG, rendendo por volta de R$ 70 mil de faturamento. “Poucos casos são assim, mas é legal ver como tem esse potencial”, diz Ian.
Outra frente de receita são os licenciamentos de produtos – uma forma de o grupo ganhar com o que já fez, como explicam. Já estão à venda o livro com 37 roteiros dos vídeos e as camisetas temáticas, disponíveis no site. O próximo passo é o lançamento de DVDs com os primeiros vídeos do Porta dos Fundos e material extra, que será lançado antes do Natal para venda no varejo. Segundo SBF, a parceria com a varejista já está definida.
Também há propostas de licenciar vídeos para a TV fechada, o que pode ser um futuro passo.
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