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terça-feira, 17 de julho de 2012

Informação de acerto com Delta é 'infame e desleal', diz Perillo


Novas informações relacionam venda de casa à liberação de recursos. Governador de GO reafirma que não tratou do imóvel com Cachoeira.


Marconi Perillo durante depoimento à CPI do Cachoeira (Foto: Wilson Dias / Agência Brasil)Marconi Perillo durante depoimento à CPI do
Cachoeira (Foto: Wilson Dias / Agência Brasil)
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), classificou como “infame e desleal” a afirmação de um suposto acerto para que o atual governo do estado pagasse em dia as faturas da empresa Delta. Em nota enviada à imprensa nesta segunda-feira (16), reafirmou não ter tratado da venda da casa com a empreiteira nem com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo.
Na edição desta semana, a revista Época apresenta escutas gravadas pela Polícia Federal que, de acordo com a reportagem, comprovariam os elos entre o esquema de Cachoeira e o governador de Goiás. De acordo com a publicação, a negociação da venda da casa estava ligada à liberação de recursos para a empreiteira.

Pagamentos
Na nota, o tucano alega que os pagamentos mencionados pela revista referem-se a um contrato de locação de veículos para a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), firmado pelo governo anterior, e são feitos de forma continuada. Para mostrar que os repasses são regulares, ou seja, não ocorreram apenas no período de venda da casa,  o gabinete de imprensa da governadoria divulgou, mês a mês, os valores pagos a Delta em 2011.
Pelo contrato de locação de veículos, a empreiteira recebeu, em quase todos os meses, a quantia de R$ 3.191.982,50. Também foram divulgado os valores pagos pela Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), de maio a dezembro de 2011. Juntos, eles somam pouco mais de R$ 14 milhões.

A administração estadual diz cumprir "rigorosa e pontualmente seus compromissos com fornecedores e prestadores de serviços”, segundo a resposta do governo, que nega favorecimento à empresa ligada a Cachoeira.
Casa
A venda da casa que pertenceu a Perillo, onde Cachoeira foi preso, em um condomínio de luxo em Goiânia, continua alvo de polêmica. Novas transcrições, publicadas na revista, mostram o contraventor preocupado em deixar o imóvel.
“Em relação à venda da casa, todos os relatos feitos pelos participantes da transação confirmam o que o governador Marconi Perillo afirmou desde a primeira vez que se pronunciou sobre o assunto”, diz a nota. O texto afirma ainda que, se o ex-vereador Wladimir Garcez (PSDB), suposto comprador inicial do imóvel, tratou do assunto com mais pessoas, não teve o conhecimento do chefe do executivo goiano.
Quanto aos cheques usados no pagamento do imóvel, o tucano reafirmou que não cabe a ele, “como a qualquer outra pessoa que esteja se desfazendo de um bem”, investigar a origem dos recursos. A casa foi paga com cheques da empresa da mãe de um sobrinho de Cachoeira.
A nota também critica “um grupo dentro da CPMI que trata de transformá-la em tribunal de exceção com um só alvo: o governador de Goiás”. Perillo afirma sofrer perseguição política por ser adversário do PT.
Após novas denúncias, os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Pedro Taques (PDT-MT) querem convocar Perillo a depor novamente na CPI Mista que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários.

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