Membros do tribunal instauraram processo disciplinar na semana passada. Advogado diz não houve 'nenhuma imputação de ilícito' contra magistrado.
O Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, de Goiás, instaurou processo administrativo disciplinar para investigar possível envolvimento do desembargador Júlio César Cardoso de Brito com membros da organização do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso durante a Operação Monte Carlo. Ex-vice-presidente do TRT, Brito foi afastado preventivamente, por unanimidade, em sessão realizada na última quinta-feira (12).
Responsável pela defesa do desembargador, o advogado Felicíssimo Sena informou, nesta segunda-feira (16), que aguarda uma cópia do voto do relator, o presidente do TRT, Mário Sérgio Bottazzo, para verificar as denúncias contra Brito. "Mas até onde sei, não há nenhuma imputação de ilícito que ele tenha cometido”, afirmou por telefone.
De acordo com o inquérito da Polícia Federal, Brito era amigo de três integrantes do esquema do contraventor: um assessor de Cachoeira, um delegado da Polícia Federal e um irmão do contraventor. Ele teria, de acordo com o relatório, viajado com o assessor para Buenos Aires, na Argentina, com passagens pagas pelo grupo. Teria também pego emprestado o carro, um Mercedes, do irmão de Cachoeira.
De acordo com o inquérito da Polícia Federal, Brito era amigo de três integrantes do esquema do contraventor: um assessor de Cachoeira, um delegado da Polícia Federal e um irmão do contraventor. Ele teria, de acordo com o relatório, viajado com o assessor para Buenos Aires, na Argentina, com passagens pagas pelo grupo. Teria também pego emprestado o carro, um Mercedes, do irmão de Cachoeira.
Audiência Felicíssimo Sena negou que o desembargador tenha viajado às custas do grupo do contraventor. "Ele comprou um carro em uma concessionária e ganhou uma passagem promocional. Nós juntamos o comprovante nos autos”, explicou.
Sobre o empréstimo do carro, o advogado diz que Brito não sabia que ele pertencia ao irmão de Cachoeira. O veículo teria sido deixado na garagem do prédio dele por um amigo, um dos indiciados no inquérito da Operação Monte Carlo.
Brito também teria, de acordo com citações em escutas telefônicas, intermediado reuniões de um delegado da Polícia Federal, sócio de Cachoeira em uma de suas empresas, com membros do Ministério Público do Trabalho (MPT) para tratar de sanções impostas às empresas do grupo. Para o advogado, não há nada de errado no fato do desembargador ter pedido para o amigo ser atendido em adiência.
“Ele não acompanhou a pessoa, não sabia o assunto a ser tratado”, diz Sena. O advogado também comentou a amizade entre o desembargador e o suposto sócio de Cachoeira. “Quando o meu constituinte [Brito] conheceu essa pessoa, não havia nada contra ela. Você vai suspeitar que um delegado da Polícia Federal tenha algum desvio de conduta? Não estou dizendo que ele tenha, e sim que estava acima de suspeita”, argumenta.
Processo
O relator do processo disciplinar tem 140 dias para apresentar o resultado da investigação. Ao fim desse prazo, o relatório será submetido ao pleno do TRT, que deverá optar entre a aplicação de penalidades ou pelo arquivamento do processo.
O tribunal informou que irá convocar a juíza Silene Aparecida Coelho para assumir a vaga do desembargador Júlio César enquanto durar a apuração.
O relator do processo disciplinar tem 140 dias para apresentar o resultado da investigação. Ao fim desse prazo, o relatório será submetido ao pleno do TRT, que deverá optar entre a aplicação de penalidades ou pelo arquivamento do processo.
O tribunal informou que irá convocar a juíza Silene Aparecida Coelho para assumir a vaga do desembargador Júlio César enquanto durar a apuração.
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