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quinta-feira, 25 de abril de 2013

'A inflação vai cair no Brasil', diz Guido Mantega

Mantega se reúne com empresários em São Paulo (Foto: Darlan Alvarenga/G1)Mantega se reúne com empresários em São Paulo (Foto: Darlan Alvarenga/G1)
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira (25) que a inflação brasileira – que em março ultrapassou o teto da meta do governo, de 6,5%, já está em trajetória descendente.
“A inflação vai cair no Brasil”, garantiu, em entrevista, após reunião com empresários em São Paulo. “Temos condições perfeitas para reduzir a inflação”, completou.
O ministro destacou que o preço das commodities no mercado internacional já está caindo, que os preços de alimentos, no atacado, “já caiu”, que "a indexação está diminuindo" e que não está previsto neste ano que haja seca nem nos Estados Unidos nem no Brasil.
Ministro Guigo Mantega, em entrevista nesta quinta-feira (Foto: Darlan Alvarenga/G1)Ministro Guigo Mantega, em entrevista nesta quinta-feira
(Foto: Darlan Alvarenga/G1)
“Portanto, nós estamos com inflação descendente no país”, afirmou, sem dar previsão sobre o retorno da inflação para dentro da meta de até 6,5% do Banco Central. "Tem que perguntar para o Banco Central", disse.
No início do mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, usada como base para as metas do governo, apresentou variação de 0,47% março – taxa inferior à registrada no mês anterior, de 0,60%. Mas, no acumulado em 12 meses, a taxa alcançou 6,59%.
Na ocasião, Mantega afirmou que “o governo não poupará medidas para conter a inflação e impedir que ela se propague”. De fato, na semana seguinte o Banco Central elevou para 7,5% a taxa básica de juros, citando "o nível elevado da inflação e a dispersão de aumentos de preços".
Juros
Com relação ao aumento da taxa básica de juros, Mantega afirmou que, apesar da alta na Selic, o  juro real no Brasil “ainda é um dos mais baixos dos últimos tempos”.
Questionado se esse entendimento poderia ser considerado como uma sinalização de que os juros não deverão voltar a cair no país, o ministro disse: “Não vamos falar das oscilações de curto prazo que sempre haverão.  Estou falando do juro para o investimento, para o longo prazo, que é muito favorável para reduzir o custo financeiro para estimular investimentos”.
PIB
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o ministro voltou a afirmar que a economia está em trajetória de aceleração do crescimento.
“Vamos ter um PIB maior no primeiro trimestre do que foi no anterior, estamos conseguindo crescer apesar das dificuldades internacionais”, disse.
Mantega  evitou, entretanto, fazer previsões para o PIB do 1º trimestre e de 2013. “Hoje o Banco Central fez um relatório e falou num crescimento no primeiro trimestre de 1%”, disse.
Questionado se a Fazenda havia desistido de fazer projeções para o crescimento da economia, Mantega disse que o ministério ainda não dispõe de todos os dados necessários para uma estimativa oficial do ministério para o desmepenho da economia em 2013.
“A Fazenda está observando aquilo que o mercado está dizendo. Não temos os dados ainda. Prefiro saber o dado concreto. Falta ainda um mês. Nós já temos dois meses, então vamos aguardar”, disse.
“O que para nós interessa é que está havendo uma aceleração do crescimento. O dado exato eu não sei dizer, mas isso está acontecendo  em vários setores. Outros setores ainda precisam de mais impulsos ou precisam esperar para que as medidas que nós tomamos surtam efeito”, completou.
“Na minha avaliação, estamos continuando uma recuperação econômica que começou no ano passado. A cada mês, a cada trimestre, deveremos ter um crescimento um pouco maior que do que anterior. Mas ainda sofremos problemas oriundos da crise internacional, nós ainda temos dificuldades de exportação e estamos importando muito produtos que concorrem com os nossos e diminuem o tamanho do nosso mercado”.
Custo de mão de obra e investimentos
Segundo o ministro, a principal queixa ouvida dos empresários foi com relação aos custos, não só o financeiro e tributário, mas também os de mão de obra.
“Há um contraste com o que acontece nos outros países, porque eles têm um alto desemprego e sofreram mais fortemente a crise nos últimos anos, então o custo de mão de obra caiu lá. Temos uma virtude aqui porque estamos quase com pleno emprego, os trabalhadores estão ganhando mais, mas isso significa um custo um pouco maior para alguns setores”, avaliou.
Segundo Mantega, o governo está procurando equilibrar o custo trabalhista brasileiro com a desoneração da folha de pagamentos de diversos setores, mas também pretende manter as conversar com os empresários a fim de buscar novas medidas para estimular a produtividade e o aumento do nível de investimentos.
“Temos uma prioridade de aumentar os investimentos”, disse. “Nós combinamos de analisar os vários problemas que persistem no setor produtivo para que juntos possamos dar as soluções ou acelerar as soluções que já foram tomadas”, acrescentou. “É uma agenda para aumentar os investimentos, o mercado consumidor e, fundamentalmente, reduzir os custos no Brasil”, completou.

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